Preso por morte de professora prova inocência e é libertado
Publicado em 15/07/2023
Imagine passar quase um ano preso por um crime que não cometeu? Essa é uma realidade para muitos custodiados mundo afora e cabe à Justiça fazer o que o próprio nome dela propõe: justiça.
Na última quarta-feira (12), a Justiça do Pará decidiu inocentar Luiz Reginaldo Santos Mendonça, de 45 anos, da acusação de participar de um crime que chocou Belém no início do mês de agosto de 2022. Na época, o corpo de uma professora foi encontrado concretado em uma residência no bairro de Fátima, na capital paraense.
Veja também:
Acusados de matar e concretar professora são condenados
Professora que estava desaparecida é encontrada morta
Agora em plena liberdade, Luiz Reginaldo conversou com a repórter Sancha Luna, da RBATV, sobre o caso e a sensação de estar livre novamente. De acordo com ele, a ex-esposa Jessyca Aniele de Araújo Silva, de 28 anos, que foi condenada a 26 anos de prisão, matou a professora para que o ex-marido ficasse com a herança da idosa, sem ele saber. Para Reginaldo, ela disse à polícia que ele teria participado do crime com o intuito de prejudicá-lo.
“Minha tia foi vítima e eu também fui vítima disso tudo. Sofri muito. O maior bem que ela roubou não foram os bens materiais, foi a vida da minha tia. Além disso, ela fez com que a polícia acreditasse nas versões mentirosas dela. Não se contentando com isso, ela fez com que eu ficasse preso”, desabafou.
A defesa de Reginaldo conseguiu provar que ele não estava na cena do crime e não tinha acesso às contas bancárias da vítima do assassinato, que foram saqueadas pelos envolvidos no crime.
“Eu confiava nela. Ela é a mãe dos meus filhos. Na época em que nos separamos, foi algo muito difícil, assim como também foi difícil provar a minha inocência”, destacou ele.
Reginaldo também expôs que encontrou no presídio o outro acusado de participar do crime: Ronildo Santos Carneiro, de 20 anos. Lá, ele descobriu que Ronildo e Jessyca planejavam armar uma “casinha” com o objetivo de matá-lo para que a mulher ficasse com a herança da professora.
Inocentado, Reginaldo deseja ver os filhos com urgência, pois não mantém nenhum tipo de contato com eles há cerca de um ano. “Ainda vou entrar em contato com as crianças, pois elas estão no Maranhão com os bisavós”, comentou.
VEJA O VÍDEO:
|
Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:
RELEMBRE O CASO
No fim da tarde do dia 31 de julho de 2022, o corpo da professora aposentada Maria Mendonça dos Santos, 72 anos, que estava desaparecida havia cinco dias foi encontrado. O cadáver estava enterrado e concretado no jardim dentro da casa onde ela residia, na passagem Honorato Filgueira, no bairro de Fátima, em Belém.
Sem saber o paradeiro de Maria Mendonça, os parentes da professora invadiram o imóvel e, ao chegarem no jardim, perceberam que uma parte do chão havia sido concretada recentemente. Ao escavarem, encontraram o corpo da vítima, já em avançado estado de decomposição.
Segundo as investigações, Ronildo Santos Carneiro teria sido convidado por Jessyca Araújo Silva — que trabalhava na casa da vítima — a participar do crime. Imagens de câmera de segurança, que mostram Jessyca e Ronildo juntos na noite do crime, e os pertences da professora encontrados na casa da mãe de Jessyca foram fundamentais nas investigações.
Além disso, a polícia encontrou transações bancárias feitas para a conta de Jessyca, com valores que chegaram a R$ 30 mil. O trabalho de investigação também levantou que a mentora do crime teria contratado dois pedreiros para realizar o serviço. Segundo a polícia, os trabalhadores não sabiam que estavam cimentando o piso onde a idosa estava enterrada. Ronildo foi condenado a 21 anos de prisão pela participação no assassinato.