Alunas do Pará estão na final da Olimpíada de História

Publicado em 03/07/2024

Não é de hoje que os alunos da rede pública estadual do Pará vêm se destacando em concursos estaduais, nacionais e internacionais. Diante disso, a educação pública paraense vem ganhando novos horizontes com estudantes que estão se tornando protagonistas de suas próprias histórias.

Alunas da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Freitas, em Belém, foram convocados para a fase final da 16ª Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB), realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo (SP). É uma conquista inédita para o ensino público paraense, que chega à final do evento pela primeira vez.

Além de incentivar o estudo e despertar talentos e aptidões, a competição oferece ao participante a oportunidade de concorrer a duas vagas no curso de graduação em História da Unicamp, de acordo com seu desempenho, e sem a necessidade de fazer o Enem. A prova final será realizada de forma presencial, em 24 de agosto deste ano, em Campinas.

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“É um orgulho imenso para o Pará, para toda a rede estadual, ter nossas estudantes nos representando pela primeira vez na história na final da Olimpíada Nacional de História do Brasil. Para esse ano, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) fez um movimento fundamental de ampliação de até 100% da carga horária da matriz curricular das escolas estaduais paraenses. Além do aumento para Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Química, Física e Geografia, o componente curricular de história ganhou o dobro de aulas. É mais tempo para que nossos estudantes aprendam ainda mais, para que nossas equipes potencializem o processo de ensino-aprendizagem. Parabéns para toda a equipe e para a Escola Estadual Dr. Freitas. Seguimos avançando, para que mais momentos como esses sejam potencializados”, disse Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação.

A Escola Dr. Freitas inscreve grupos de estudantes para participar da Olimpíada há dois anos, e desta vez garantiu a convocação inédita, de um grupo integrado por três estudantes e um professor orientador.

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Mulheres protagonistas – A equipe que representará o Pará na final levará a força do protagonismo jovem feminino, sendo integrado por três estudantes do 3º ano do ensino médio, que trabalharam em equipe nas fases da Olimpíada para alcançarem a conquista inédita. “É uma experiência incrível! Eu e as meninas nos esforçamos muito para passar nas fases. Fiquei muito feliz em saber que nosso desempenho teve resultado, e vamos nos esforçar ainda mais nas finais para conseguirmos uma boa colocação”, disse Polyana Monteiro, uma das estudantes que integram a equipe finalista.

Segundo o professor orientador da equipe, Rodrigo Dornelles, a preparação para a ONHB consistiu em leituras específicas; pesquisas, produção e análise de documentos históricos, além da aplicação de simulações da prova.

“A Olimpíada faz com que os estudantes produzam conhecimento histórico. Essa equipe é inédita, em relação à rede estadual que vai a uma final. É uma conquista muito importante, e ainda tem um detalhe relevante a mais: são três meninas. Tem uma questão de protagonismo feminino muito forte nessa chegada delas à final. É um destaque bastante importante para a rede estadual porque é uma Olimpíada muito prestigiada, e elas podem ser consideradas, a partir dessa participação, as melhores estudantes de História de escola pública do Pará”, frisou o professor.

O processo de avaliação durou seis semanas, um para cada etapa. Todas foram realizadas de forma on-line, com questões de múltipla escolha e tarefas sobre a História do Brasil, além de assuntos interdisciplinares nas áreas de geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo, atualidades e entre outras.

Conhecimento em prática – Para Izabella Matos, outra integrante da equipe convocada, História sempre foi a disciplina com a qual mais se identifica. “Adoro mergulhar nas histórias de tempos passados, culturas e eventos que moldaram nosso mundo. Participar da Olimpíada de História foi uma maneira incrível de colocar todo esse conhecimento em prática de forma divertida. Foi muito mais do que realizar tarefas; foi uma chance de realmente entender como os eventos se conectam e afetam nossas vidas hoje. Além disso, a competição me permitiu trabalhar em equipe, trocar ideias e aprender com as minhas amigas, tornando o processo ainda mais interessante e leve em cada desafio”, enfatiza a estudante.

Isabella Trisha, a outra integrante da equipe finalista, disse que “a ONHB certamente não é uma olimpíada como qualquer outra, diferente de todas que eu participei. Esta se destaca como um exemplo de seriedade e organização, nos permitindo ter uma experiência ilustre como participantes deste projeto tão destacável. Eu e minha equipe demonstramos extrema gratidão pela oportunidade de fazer parte de tudo isso, e ainda tendo a oportunidade de representar a rede pública do Estado, se tornando uma experiência ainda mais gratificante”.

Ampliação do ensino – A Secretaria de Estado de Educação ampliou este ano a carga horária de ensino da rede estadual, de 1.800 horas para 2.400 horas. Um aumento de 100% no tempo de aulas em diversos componentes, como História, Biologia, Química, Física e Geografia, além de garantir a oferta de Língua Inglesa, Educação Física, Filosofia, Sociologia e o novo componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima.

“Essa ampliação possibilitou, além do trato com a parte curricular dos conteúdos de História direcionados para o vestibular, que a gente pudesse abrir espaço para debater documentos históricos, que é uma exigência do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Aí conseguimos introduzir a possibilidade de participar da ONHB e colocar um pouco o funcionamento dela. Isso despertou o interesse das alunas para participar, e elas conseguiram conciliar as competências e habilidades relacionadas ao Enem, já que elas são alunas da 3ª série do ensino médio, como poder analisar documentos, fazer transcrições, correlacionar documentos, estabelecer análises temporais e construção histórica. Essa ampliação possibilita esse processo de uma compreensão mais ampla do conhecimento histórico, que vai além de saber resolver questões do Enem, para poder ingressar em uma universidade”, explicou o professor Rodrigo Dornelles.


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