Descaso com abrigos de ônibus deixam passageiros em risco
Publicado em 21/08/2024
A rotina de esperar pelo transporte público em Belém tem se tornado um desafio para muitos usuários, que além de lidar com a demora dos ônibus, enfrentam a precariedade dos abrigos nas paradas.
Em diversos pontos da cidade, a falta de manutenção dessas estruturas transforma o que deveria ser um local de descanso e proteção em um ambiente de risco. A infraestrutura dos abrigos para a espera de ônibus não é apenas uma questão de conforto, mas de segurança.
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Na parada de ônibus em frente ao Bosque Rodrigues Alves, na avenida Almirante Barroso, bairro do Marco, a cena é preocupante. O banco, corroído pela ferrugem, cedeu, e uma placa de metal, solta e pendurada, ameaça cair a qualquer momento. O aposentado Antônio Ribeiro, de 66 anos, estava à espera do ônibus Marex-Felipe Patroni.
“Os bancos estão horríveis. Tem pessoas idosas que, às vezes, querem sentar, mas não podem por conta das condições. E à noite, esse lugar se torna ainda mais perigoso. A falta de iluminação e a estrutura comprometida deixam todos vulneráveis”, relata.
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Essa realidade não se limita ao Bosque. Ao longo da avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme, a situação não é diferente. A parada localizada próximo à Praça Mogno está com as colunas de apoio enferrujadas e soltas. Do outro lado da via, a parada 137, próxima à passagem Acácia, encontra-se com a estrutura enferrujada e, também, sem parte do teto. No mesmo sentido, ainda, a parada 448, próxima à rua da Tecnologia, sem assento para os usuários e com a falta de parte do teto compromete usuários como a dona de casa Andréa Silva, 43.
Ela, que esperava por um ônibus que a levasse ao Ver-o-Peso, descreve o desconforto de ter que aguardar de pé. “Não tem onde sentar, e parte do teto está descoberto. Fico preocupada em ficar aqui, principalmente quando chove ou o sol está forte. Já sou hipertensa, e isso só piora a situação”, desabafa Andréa.
A falta de manutenção pode causar acidentes, já que expõe os usuários a riscos desnecessários, como cortes nas partes enferrujadas. Além disso, a ausência de bancos e coberturas adequadas força os passageiros a suportar longas esperas em pé, muitas vezes debaixo de sol ou chuva.
Contudo, os problemas das paradas não são desencadeados apenas pelas estruturas precárias. Em muitos locais existem paradas descobertas, que não oferecem nenhum tipo de proteção para quem aguarda os ônibus.
Na avenida Duque de Caxias, próximo à travessa Lomas Valentinas, sinalizada apenas com uma placa, a aposentada Neuza Galvão lamenta a ausência de abrigos de ônibus na via, enquanto espera os ônibus Marex Ver-o-Peso ou Paar Ceasa. “Não tem onde ficar, é tudo no sol. Quando preciso pegar ônibus, como hoje, fico exposta ao calor, e é um transtorno. Sinto que a prefeitura esqueceu dessa área”, afirma, enquanto espera por um dos poucos ônibus que ainda passam pelo local.
POSICIONAMENTO
A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) respondeu que “um cronograma de retirada de abrigos que se encontram com problemas na estrutura já está em andamento”. No entanto, a substituição ocorre de forma gradativa e, até o momento, algumas áreas ainda aguardam a implementação dessas melhorias, e que “dará continuidade à substituição dos demais abrigos, nos dois sentidos da avenida Almirante Barroso, inclusive o localizado em frente ao Bosque”.
Segundo o órgão, dentro desse cronograma, um abrigo foi retirado no dia 12 deste mês, em Outeiro. A Semob informa que os referidos abrigos de passageiros, localizados na avenida Perimetral, constam desse cronograma. Já “em relação à avenida Duque de Caxias, dois novos abrigos foram instalados recentemente, mas reconhece que, em certos pontos, a instalação é inviável devido à falta de espaço na calçada, como na travessa Lomas Valentinas”, conclui.