Apesar de pagar taxa, população de Ananindeua sofre com os lixões

Publicado em 16/09/2024

Segunda cidade mais populosa do Estado, Ananindeua, na Grande Belém, deixou de lado as preocupações com o saneamento básico nos últimos anos, apesar dos constantes alertas de institutos respeitados sobre os pontos que a atual gestão deveria atacar para dar aos aproximadamente 500 mil habitantes uma qualidade de vida mínima.

Neste ano, o Instituto Trata Brasil, que avalia o saneamento básico no país, manteve Ananindeua entre as cidades com os piores saneamentos do Brasil. Para ser mais preciso, a cidade ostenta o 11º lugar no seleto grupo dos municípios que negam à população o acesso a serviços essenciais.

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E recursos para investir em saneamento não faltam. Uma lei assinada pelo prefeito Daniel Santos em 2021 estabeleceu a aplicação da taxa de manejo de resíduos sólidos, a popular taxa do lixo, que veio “de brinde” no carnê anual do IPTU. Segundo a lei, a taxa tem como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do serviço público municipal de manejo de resíduos sólidos, constituído pelas atividades operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para fins de reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e destinação final dos resíduos relativos ao imóvel, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Apesar da taxa obrigatória, sob pena do contribuinte até perder seu imóvel, a coleta de lixo em Ananindeua continua indo de mal a pior, de acordo com as queixas de grande parte da população. Inúmeras reclamações são feitas diariamente sobre o descaso com o meio ambiente no município.

Um exemplo é o lixão localizado na Rua Cajuí, no bairro do Guajará I, que tem causado transtornos aos moradores. Mau cheiro, ratos, insetos, perigo de contaminação do solo e doenças são alguns riscos provocados pelo acúmulo de materiais descartados irregularmente no local e da falta de coleta desses resíduos pela Prefeitura.

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Em entrevista a RBATV, Adriana Damasceno, moradora do bairro há 8 anos, conta que o cheiro no local é muito ruim e, algumas vezes, insuportável: “Praticamente eu vivo com a minha porta totalmente fechada, né? Minha janela, minha porta e é difícil. Muito difícil conviver com esse mau cheiro”.

Além da falta de cuidado por parte da prefeitura de Ananindeua, carroceiros e a população descartam dejetos e até restos de animais mortos. “O pessoal vem e joga o cachorro morto, não procura enterrar e jogam aí. É carniça, tudo. Eles vêm de fora jogar lixo aqui”, diz Adriana.

OUTROS PROBLEMAS



O lixão, que fica próximo ao estádio de Ananindeua, tem outros problemas que fazem os moradores arriscarem a própria vida.

Com o mato alto, o lixo, placas e outros objetos que atrapalham a passagem dos pedestres, a calçada fica completamente tomada. Sendo assim, moradores da área precisam andar na rua que conta a todo momento com carros e outros veículos passando.


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