O que fazer quando for mordido por um cachorro?
Publicado em 19/12/2024
Segundo informações do Ministério da Saúde, mais de 30 mil atendimentos anuais feitos em unidades de saúde estão relacionados a mordidas de cães, o que resulta em ferimentos como lacerações, cortes profundos, contusões e, em situações mais extremas, amputações que afetam músculos e ossos.
Conforme o Datasus, em 2022, foram registrados 35.290 atendimentos ambulatoriais devido a acidentes com cães. Em 2023, esse número subiu para 49.377, e até agosto deste ano, já se contabilizavam 39.147 atendimentos. Em relação às internações hospitalares por acidentes com cães, em 2022 foram 1.216 ocorrências. Em 2023, esse número aumentou para 1.438, e até agosto deste ano, já totalizaram 960 registros.
Caso a pessoa sofra uma mordida de cachorro, é importante adotar certas medidas para assegurar que tanto a saúde humana quanto a do animal esteja protegida. Por isso, Rui Barros, médico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (SBCM), explica como realizar os primeiros socorros caso enfrente essa situação.
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O médico enfatiza a necessidade de buscar atendimento especializado o mais rápido possível. “Se ocorrer um acidente envolvendo mãos ou pernas, dirija-se a uma unidade de saúde para receber assistência médica. No local do acidente, lave a área afetada com água corrente e cubra com um pano limpo. Evite o uso de pomadas ou remédios caseiros”, orienta, reforçando que uma intervenção rápida e apropriada é fundamental para minimizar os danos.
Segundo Rui Barros, a limpeza meticulosa de uma ferida causada por mordida de cachorro geralmente favorece a cicatrização sem infecções. Entretanto, a saliva dos cães contém uma grande quantidade de bactérias e, em certas situações, isso pode levar a complicações como infecções bacterianas. Um risco adicional se apresenta quando o animal está infectado com o vírus da raiva.
“As mordidas de cachorros, seja de um animal doméstico ou de rua, podem resultar em consequências extremamente graves para a pessoa afetada. Embora qualquer cachorro tenha o potencial de causar ferimentos, é claro que uma mordida mais potente e por um período mais prolongado aumenta a gravidade do dano”, explica. “Os pitbulls, por exemplo, possuem uma força de mordida que pode chegar a aproximadamente 200 kgf (quilogramas-força). As áreas do corpo que são mais frequentemente atingidas incluem as mãos, antebraços, braços e pernas. No caso das crianças, o rosto também é uma área vulnerável, já que elas estão em uma altura mais acessível para os cães”.
O segundo ponto de atenção refere-se à possibilidade de o animal estar infectado com raiva. Caso seja possível localizar o responsável pelo cachorro e confirmar a vacinação através de um documento, o animal não precisará ser monitorado. Na falta deste comprovante, o correto é manter o animal isolado por dez dias. “Com essa informação, o médico irá decidir se é necessário administrar vacinas e soro antirrábico à pessoa mordida”.
O médico aponta que o uso de medicamentos é essencial somente em situações de ferimentos. E é fundamental obedecer às recomendações do profissional de saúde.