Escolas de samba começam a folia nas ruas de Belém; veja 

O ritmo do esquenta carnavalesco tomou conta de Belém ontem (19), agitando os bairros do Guamá, com a Associação Carnavalesca Bole-Bole; e da Pedreira, com a Embaixada de Samba Império Pedreirense. As escolas arrastaram o público em cortejos que deram um gostinho do que está por vir no Carnaval de 2025. Com ritmos vibrantes, cores marcantes e a energia dos brincantes, a tarde na cidade foi de festa e celebração, com direito a muita música se estendendo pela noite.

A concentração começou às 15h na quadra da Escola de Samba Bole-Bole, localizada na passagem Pedreirinha, Guamá, para o primeiro ensaio de rua. Aos poucos, o público foi se reunindo para acompanhar o arrastão da escola, que percorreu as principais vias do bairro, como a avenida José Bonifácio, além da travessa Francisco Caldeira Castelo Branco, ruas dos Caripunas e Silva Castro, até retornar ao local de partida.

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Herivelto Martins, presidente de honra da agremiação, destacou a relevância da escola, que está prestes a completar 41 anos e é a atual bicampeã do Carnaval de Belém. “Eu fui um dos fundadores e, mesmo com as dificuldades, a gente mantém a Bole-Bole viva com o apoio da comunidade. Nosso tema deste ano é ‘Amazônia ensolarada’, trazendo um olhar diferenciado sobre a nossa floresta. Não é apenas um desfile; é uma mensagem sobre o que realmente importa para a Amazônia”, afirmou.

Jéssica Sorriso, de 34 anos, é farmacêutica e divide a rotina sendo porta-bandeira da Bole-Bole, tendo uma trajetória de 16 anos com a escola. “Aqui não é brincadeira; é responsabilidade. A gente representa o coração da escola na avenida, e isso exige amor e dedicação. Divido meu tempo entre trabalho, família e os ensaios, porque a emoção do Carnaval compensa qualquer esforço”, compartilhou.

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IMPÉRIO

Mais tarde, foi a vez da Império Pedreirense brilhar. A concentração começou às 17h na travessa Mauriti, sede da agremiação, passando por algumas ruas do bairro até retornar à escola para uma roda de samba. Na ala das baianas, Jacirene Souza, de 70 anos, esbanjava alegria. “Estou na Império praticamente desde que ela surgiu. Comecei vindo fantasiada no Carnaval, até que me encontrei na ala das baianas, e é tudo para mim. Representa tradição, força e felicidade”, disse.

A escola traz às ruas o enredo “Encantaria e o Rito das Águas”, e Barth Bakari, 52, porta-estandarte, escolheu a vestimenta azul para marcar o segundo arrastão da escola. “Aqui, a gente respira cultura. Esperamos o ano inteiro para esse momento que já dá para sentir o grande dia. São meses de preparação para levar beleza e emoção para a avenida”.

BRINCANTES

Para as brincantes, as cabeleireiras Jandara Martan, 48, e Aisha Nakamura, 45, a escola é uma extensão da identidade do bairro. “Crescemos aqui, e a Império faz parte da nossa história. Hoje estamos só curtindo nas calçadas, mas sempre participamos de tudo”, contou Jandara que saiu do trabalho e aproveitou a folia. “O Carnaval é nossa paixão, e participar de eventos como esse nos enche de orgulho. Estamos aquecendo para fazer bonito na avenida”, acrescentou Aisha.