Entenda o que é a epilepsia e a importância do tratamento 

Publicado em 11/03/2025

O “Março Roxo” é o mês mundial de conscientização sobre a epilepsia, dedicado à luta contra a doença e à sensibilização sobre a importância do cuidado precoce na saúde cerebral. A campanha visa combater o estigma e promover a informação sobre a epilepsia, ajudando a transformar a realidade de milhões de pessoas afetadas pela condição. Ao reforçar a importância da prevenção e da saúde cerebral, a campanha visa transformar a realidade das pessoas com epilepsia, promovendo inclusão, dignidade e oportunidades para todos e todas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a epilepsia é uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de maneira hiperexcitável, levando às manifestações clínicas da epilepsia.

A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde alerta que pelo menos 25% dos pacientes com a condição no Brasil são portadores em estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, pois os acessos de crises são frequentes e incontroláveis, tanto que muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica.

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OCORRÊNCIA

Nos países desenvolvidos, a ocorrência da epilepsia cresce proporcionalmente com o aumento da idade. Nos países em desenvolvimento, por sua vez, geralmente atinge picos na adolescência e idade adulta. Em todo o mundo, a hipótese é de que a epilepsia ativa atinja em torno de 0,5% a 1% da população. Várias são as condições que podem estar associadas à epilepsia. Entre as principais, estão lesões cerebrais, infecções (como meningites e encefalites), complicações peri-parto e desordens genéticas. Ainda conforme o Ministério da Saúde, para que seja caracterizada a epilepsia, é necessário haver recorrência espontânea das crises com intervalo de, no mínimo, 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Exames complementares são importantes para auxiliar na investigação, como o eletroencefalograma, a tomografia de crânio e a ressonância magnética do cérebro. O diagnóstico apropriado da epilepsia e do tipo de crise apresentado pelo paciente permite a escolha do tratamento adequado.

TRATAMENTO

O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, ou seja, evitam a hiperexcitação das células, que originam as crises. O Sistema Único de Saúde (SUS) presta assistência por meio da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica. Atualmente, a rede de atendimento ao portador de epilepsia é composta por hospitais habilitados no SUS como Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia e com o Serviço de Investigação e Cirurgia da Epilepsia.

Serviço

Programação

  •  A programação do Março Roxo ocorre em Belém em dois momentos. No dia 29, no auditório do Hospital Ophir Loyola, com a realização de um ciclo de palestras gratuito, às 9h, bastando levar um quilo de alimento não-perecível.
  •  Já no dia 30, a programação ocorre no mesmo horário em frente ao Theatro da Paz, na Praça da República, com ato simbólico para ações sociais voltadas para a conscientização. O tema da programação deste ano é “Informação liberta, preconceito aprisiona”.

Fisioterapia é aliada para melhorar mobilidade, força e equilíbrio em que tem a doença

A fisioterapia pode ajudar pessoas com epilepsia a melhorar a mobilidade, a força, o equilíbrio e a coordenação. O profissional avalia as dificuldades de mobilidade do paciente e cria um programa de tratamento individualizado. De acordo com o fisioterapeuta especializado em Traumato-Ortopedia e Desportiva e embaixador da Associação Brasileira de Epilepsia no Pará, Igor Tagore, há duas direções para o tratamento da epilepsia: traumato-ortopedia e neurofuncional.

No primeiro caso são trabalhados o equilíbrio, marcha, caminhada, entre outras funções, diminuindo dores, tensões musculares e desconforto articular no pós-crise epiléptica. “A pessoa que tem epilepsia, o mais convencional, por exemplo, é ela ter crises convulsivas, uma das formas de epilepsia. E essas crises convulsivas vão gerar, depois que elas acabam, tensões musculares e dores articulares. E a fisioterapia tem múltiplas ferramentas de alívio da dor e da tensão muscular”, explica.

Na fisioterapia neurofuncional, na qual há muitas ferramentas que são técnicas que fazem e estimulam o desenvolvimento neuropsicomotor, é feito o estímulo cognitivo do paciente para que consiga andar, locomover-se e ter liberdade para realização de atividades corriqueiras e regredir atrasos cognitivos. A fisioterapia neurofuncional pode ser muito importante no desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com epilepsia. “Por conta das crises tão frequentes durante a infância, elas acabam desenvolvendo um atraso cognitivo. E a fisioterapia traz ferramentas para que a criança consiga recuperar esse desenvolvimento cognitivo”.

TERCEIRA IDADE

O especialista ressalta, ainda, a importância da fisioterapia em pacientes com epilepsia na terceira idade. “O trabalho da fisioterapia vai ser diretamente desenvolver ou devolver o movimento que foi perdido ou que não está tão efetivo como era anteriormente. Então, o papel da fisioterapia para a epilepsia é fundamental para trazer de volta a qualidade de vida”.

“Se a pessoa consegue fazer um acompanhamento na frequência da crise, da latência dessa crise, quanto tempo dura, qual é a frequência que ela ocorre, se está mais distante, se está mais próxima, isso é muito importante para que a gente consiga pensar qual é o melhor ambiente para esse exercício ser praticado. É muito válido ressaltar que as pesquisas recentes demonstram que o exercício físico tem sido fundamental para as pessoas que têm epilepsia. Mas, para isso, o profissional precisa estar junto e, mais do que isso, ele precisa ser capacitado e treinado”.

DESAFIOS

Tagore explica que os principais desafios e limitações que há na fisioterapia, especificamente, é cada vez mais trazer a educação e a consciência sobre o que é epilepsia, protocolos de atendimento e cuidados. “Ainda há um caminho grande a ser percorrido, embora nós já temos um atendimento, inclusive em Belém, especializado, cuidadoso e multiprofissional. Nós precisamos de mais pesquisa científica e de mais pessoas dialogando sobre fisioterapia e epilepsia, porque quanto mais a gente dialoga, quanto mais a gente propõe pesquisa, mais soluções são conhecidas e quem ganha é a pessoa que tem epilepsia”.

Para o fisioterapeuta, a importância do Março Roxo é exatamente sanar uma grande brecha de conhecimento que existe na sociedade. “A gente não pode mais permitir que no momento como hoje, que tantas coisas se sabe sobre a epilepsia, as pessoas sejam afastadas da sociedade, percam amizades, emprego, sejam segregadas. Então, o objetivo do Março Roxo é inclusão, é educação, é fazer com que a sociedade entenda que a epilepsia é uma doença crônica, mas que essa pessoa precisa ser incluída, amada, cuidada e que ela, na maioria dos casos, vai conseguir ter uma vida comum. É desmistificar coisas que existem na sociedade, como, a ideia de que epilepsia é transmissível”.


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