Automedicação pode trazer danos graves à saúde; entenda

Automedicação é a prática de usar medicamentos sem a orientação ou prescrição de um profissional de saúde qualificado, como um médico. Essa prática, embora possa parecer uma solução rápida para alívio de sintomas, pode ter consequências graves, incluindo agravamento da doença, reações alérgicas, dependência e até intoxicação. Por isso, durante todo o mês de maio, ações de conscientização estão sendo promovidas em alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado especificamente nesta segunda-feira, 5 de maio, pelos Conselhos Regionais de Farmácia de todo Brasil.

“A data foi instituída para reforçar a importância do uso consciente dos medicamentos, alerta especialmente para os perigos da automedicação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos acontece quando os pacientes recebem o fármaco adequado para sua condição clínica, na dose correta, pelo tempo necessário e com o menor custo possível para si e para a sociedade”, explica Carolina Heitman, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Pará (CRF- PA).

O Conselho alerta que a automedicação pode mascarar doenças graves e retardar o tratamento adequado, o que pode levar a complicações ainda maiores. “É crucial conscientizar a população sobre os riscos associados à automedicação e promover a busca por orientação profissional”, disse Ana Carolina.

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RISCOS

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil a automedicação é um problema significativo, com estudos indicando que 89% das pessoas se automedicam. A automedicação pode ter consequências graves, incluindo reações alérgicas, dependência, e até mesmo a morte.

“O ato de se automedicar envolve o uso de medicamentos sem prescrição ou orientação de um profissional de saúde, e tem vários desafios importantes, tanto para o indivíduo quanto para o sistema de saúde como interações medicamentosas, mascaramento de sintomas, risco de efeitos adversos e intoxicações, resistência a antibióticos, dependência e abuso, custo para o sistema de saúde e desinformação”, diz Carolina.

Ainda segundo a OMS, a automedicação é mais frequente em casos de dor de cabeça, gripe, resfriado, febre e dores musculares. Mas também é comum em situações como ansiedade, insônia, estresse e até para emagrecimento. “A OMS também reforça que a facilidade de acesso à informação pela internet também influencia essas pessoas e que mais de 50% da população procura as redes sociais para obter orientações sobre saúde”, destaca Carolina.

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O mês dedicado ao Uso Racional de Medicamentos também destaca a importância do armazenamento e descarte corretos desses produtos. “Medicamentos devem ser guardados conforme as orientações do fabricante – em locais secos, protegidos da luz e do calor – e sempre fora do alcance de crianças e animais, para evitar acidentes. Além disso, o uso de medicamentos vencidos é extremamente perigoso, pois eles podem perder a eficácia, alterar sua composição e provocar efeitos adversos. Mas os riscos vão além da saúde humana, o descarte inadequado de medicamentos, como jogá-los no lixo comum ou no vaso sanitário, pode contaminar o solo, a água e afetar o meio ambiente, além de representar um perigo para animais e outras pessoas”, pontua Carolina.

A orientação do conselho é que o descarte dos medicamentos vencidos ou em desuso deve ser feito nos descartômetros, que são pontos de coleta apropriados que ficam nas farmácias ou unidades de saúde. “Importante ressaltar que toda farmácia, reconhecida por lei como estabelecimento de saúde, possui um farmacêutico para prestar orientações à população”, finaliza a especialista.

Como evitar

Automedicação

• Não use medicamentos sem orientação. Procure sempre um profissional de saúde;
•  Evite se autodiagnosticar;
• Siga as recomendações médicas;
• Descarte medicamentos não utilizados em locais adequados;
• Faça exames preventivos;
•  Lembre-se sempre que medicamento cura quando usado com responsabilidade.