A poupança é um bom investimento? Entenda se vale a pena

Opção popular entre os brasileiros, a caderneta de poupança é utilizada por 68% dos investidores, segundo dados do 7º Raio X do Investidor Brasileiro, levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha. Apesar de vantagens como segurança e riscos baixos, o investimento não é necessariamente o mais rentável.

Suhelem Vieira, analista de investimentos, não orienta o investimento na modalidade e explica que, primeiro, é necessário entender a diferença entre poupança e produto da caderneta de poupança.

“O primeiro ocorre quando suas receitas são maiores que suas despesas, essa diferença positiva é a poupança. O segundo é uma modalidade de investimento em renda fixa oferecida pelos bancos. É um investimento pouco rentável, mas que ainda é a principal modalidade utilizada pelos brasileiros, seja pela facilidade ou pela falta de conhecimento de melhores opções de investimento”, analisa.

A analista explica que conseguir fazer uma poupança significa estar no caminho certo, já que a pessoa consegue ter controle sobre os próprios gastos e ainda sobrar dinheiro. A questão é o que fazer com essa poupança, e Suhelem destaca outro tipo de investimento. “A caderneta de poupança é sim uma opção segura de investimento, mas pouco eficiente. Existem opções mais seguras e eficientes como, por exemplo, o Tesouro Selic, que oferece melhor rentabilidade”, diz.

Considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, o Tesouro Selic é um título público do governo federal que acompanha a taxa básica de juros da economia, a Selic. A analista explica que em janeiro de 2025, a taxa Selic estava em 13,25%, após o quarto aumento consecutivo. Ela ainda pontua que o Tesouro Selic é um investimento de renda fixa, feito pela plataforma do Tesouro Direto do Governo Federal.

“Por que é mais seguro emprestar dinheiro para o governo do que, por exemplo, colocar o dinheiro numa poupança, que é um banco? É porque o governo é mais seguro do que qualquer instituição financeira, seja ela privada ou pública. Então vamos supor, numa crise sistêmica do sistema financeiro, quem quebra primeiro são os bancos. O último a quebrar numa crise é o governo, então por esse motivo a gente chama de risco soberano, é o risco Brasil, é o menor de todos”, explica.

“Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, que é o caso atual, a poupança rende 0,5% ao mês mais a taxa referencial, com a desvantagem de render apenas no aniversário de cada aplicação, e não diariamente, como é o caso de investimento no Tesouro Selic que citei anteriormente”, ressalta.

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Mas antes de decidir em qual produto investir, Suhelem Vieira destaca a necessidade de saber qual o objetivo para o dinheiro aplicado, e qual o prazo que o investidor pretende utilizá-lo. “Existem objetivos de curto, médio e longo prazos e saber isso é essencial para escolher o melhor tipo de investimento. Além disso, é importante entender o seu perfil de investidor, se conservador, moderado ou arrojado”, afirma.