Câncer de mama: TJ ordena que médica paraense exclua vídeos
Publicado em 01/11/2024
Depois das manifestações de repúdio do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) e de precisar comprovar documentação no Conselho Regional de Medicina (CRM-PA), a médica paraense, que negou a existência do câncer de mama, deverá agora excluir o conteúdo das redes sociais.
O Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) informou, em decisão divulgada nesta sexta-feira (1º), que a médica paraense promove “descredibilização dos métodos científicos” e “imenso e irresponsável risco à saúde da população”.
A Justiça disse ainda que a profissional deverá pagar R$ 1.500 de multa diária se voltar a negar a existência da doença e se não excluir os referidos conteúdos.
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No Instagram, a médica paraense se apresenta como “médica de medicina integrativa e modulação hormonal bio idêntico nano”. No vídeo em questão, ela pede aos seguidores que esqueçam a campanha outubro rosa, movimento que visa conscientizar o diagnóstico e o tratamento sobre o câncer de mama.
“Venho falar para vocês que câncer de mama não existe. Então esqueçam outubro rosa, esqueçam mamografia. Mamografia vai causar inflamação nas mamas”, diz no vídeo. A médica paraense tinha cerca de 10 mil seguidores no Instagram.
Apesar de se divulgar como especialista em mastologia, a médica declara ao CRM-PA não ter especialidade médica. A equipe dela afirma que ela não vai se pronunciar até a conclusão do caso.
O Inca (Instituto Nacional de Câncer) chamou o conteúdo de fake news. Nesta terça (29), ela foi denunciada ao CRM-PA (Conselho Regional de Medicina do Pará), onde tem registro profissional. O CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem) protocolou a ação na Justiça contra a profissional.
Segundo o Inca, a doença corresponde a cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país, com previsão de 74 mil novos casos por ano até 2025. A SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) afirma que a propagação de notícias falsas tem como objetivo a venda de curas milagrosas com uso de hormônios manipulados.
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Além da exclusão dos vídeos, a Justiça definiu que ela não pode “anunciar qualquer cura ou método alternativo para patologias.”
Além dela, outro médico, com registros em São Paulo e Minas Gerais, também afirmou, falsamente, que a mamografia causa câncer. O caso também é investigado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).