Dançar é terapêutico! Veja os benefícios para saúde e corpo
Publicado em 01/09/2024
Que a dança é uma forma de relaxar todo mundo já sabe. Mas o que poucos sabem é que ela transforma nosso modo de sentir e pensar, eleva a autoestima e é uma linguagem universal.
“A dança é fundamental para o indivíduo, ela agrega fatores essenciais como a melhora da sociabilidade, autocontrole e disciplina. A dança é um poderoso instrumento para a melhoria da qualidade de vida, sabemos que para a neurociência a dança é um exercício perfeito, muito eficaz para saúde física e mental”, destaca o professor Marcelo Thiganá, que atua na dança de salão há 39 anos e já teve mais de 22 mil alunos em cursos que ministrou pelo mundo.
A dança de salão, área de atuação de Thiganá, vem evoluindo e acompanhando as transformações sociais, hoje qualquer pessoa pode e dever ter a liberdade de praticar a dança.
“Sabemos que o preconceito é existente, porém combatemos com veemência este tipo de manifestação. A dança é para todos os seres humanos: magros, gordos, baixos, altos, brancos ou pretos, qualquer gênero e de qualquer escolha deste ser, todos são bem-vindos à prática. O respeito é uma das melhores formas de democracia”, diz Thiganá.
Além dos fatores físicos e sociais, a dança tem um papel fundamental para a cultura. No Pará, por exemplo, a dança é enraizada, o povo por aqui é amante da dança.
“O povo amazônico é muito livre, porém especificamente falando do Pará a dança vem de muitas gerações e é muito normal para o paraense a dança, tivemos muitas influências caribenhas, e claro, nossos ritmos são quentes, e quando tudo isso se transforma em dança o contágio da felicidade é muito rápido”, observa Thiganá, acrescentando ainda que as crianças começam a ter o contato com a dança muito cedo.
“A dança também não tem classe social, atingindo desde a periferia até o grande centro das cidades. E ainda, hoje temos uma parte da sociedade procurando pelo aspecto terapêutico da dança”, acrescenta ele.
Os benefícios terapêuticos da dança são o combate ao estresse, equilíbrio da mente, liberação de tensões, melhora na autoestima, incentiva a harmonia e ajuda na socialização.
“Nosso conceito é a dança como terapia, as pessoas nos procuram para aprender dançar e se exercitarem, e lá recebem a dança, também muitas abordagem são colocadas no contexto da vida de cada participante”, contou o professor, que se dedicou aos estudos no início da carreira para se tornar um bailarino.
“Dediquei-me ao estudo da dança moderna, em conjunto já fazia teatro, meu pai e mestre Miguel Vilhena foi de muita sensibilidade em perceber meu talento e me apoiou, minha mãe Iolanda Vilhena me ensinou a dançar a dois”, contou ele, que já estudou em Cuba, no Centro Caridade Reveron em Havana, e também em Salamanca, na Espanha, além de ter se formado em tango pelo Ballet de Tango de Buenos Aires.
O lado lúdico da vida
A psicóloga Maria Luzia Costa Freitas sempre gostou de esporte e de movimentar o corpo, mas foi depois da pandemia que incluiu a dança na sua rotina e já percebe os benefícios.
“A dança representa para mim, o lado lúdico na minha vida, representa a possibilidade de expressão, de perceber meu corpo, os seus limites e as potencialidades. Além dos benefícios físicos de equilíbrio, flexibilidade, ritmo. A dança, segundo estudos, beneficia o ser humano na prevenção demências. Eu amo dançar!”, falou ela, que passou a frequentar a escola de dança de forma regular, a K7, escola de Thiganá, por influência da irmã, Maria Aparecida, que é aluna do professor há muitos anos.
Quem dança seus males espanta
A psicóloga também acredita nos benefícios terapêuticos da dança, pois auxilia nos quadros de depressão, ansiedade, demências e orientação espacial. “Além de outros benefícios como a socialização, a cognição, liberação de hormônios de bem estar, autoestima, autoconfiança e outras infinidade de liberação de energias”, acrescenta a psicóloga. “Todo mundo deveria se oportunizar a ter pelo menos uma experiência na dança na vida”, diz ela, que faz aula de tango e outras danças na categoria iniciante.
Há 12 anos no Pará, o administrador francês Carl Pelletier considera que a dança por aqui foi uma grande descoberta por ser a dois. “É muito diferente da Europa, sou francês, não existe quase dança a dois, descobri que aqui tinha vários tipos de música: o brega, forró, o carimbó, que se dançava a duas pessoas, não tinha essa proximidade. Então, para mim, foi uma descoberta de uma cultura, que me interessou”, celebra ele, lembrando em seguida de ver os pais dançarem juntos o rock das antigas.
“Minhas irmãs sempre fizeram balé e dançaram juntas o balé e a dança clássica, e a dança está meio que no sangue. Gosto de me movimentar, sou muito esportista, tenho muita energia e não gosto de ficar parado em casa. Então, tudo que movimenta me agrada e foi uma maneira de fazer uma aula, de descobrir uma cultura e umas danças que não tinha conhecimento”, conta ele.
Para Carl, a dança também foi uma maneira de socializar e se soltar. “Sou engenheiro, com a cabeça quadrada, uso muito método e quis colocar arte na minha vida. Os benéficos que ela me traz é o processo criativo, perceber que a gente aprende uma dança, mas depois podemos colocar um pouco de si para esse processo criativo”, considera ele. Umas das danças que aprendeu com Thiganá foi o tecnobrega e se saiu tão bem que fez uma apresentação junto com a turma.
“Ele trouxe toda a história do tecnobrega, que é muito interessante para entender essa cultura, de onde que vem, da periferia, e ele até me deu as aulas e como tava conseguindo bem, fizemos uma apresentação tecnobrega há dois meses, foi interessante e para mim foi uma superação. Foi a primeira vez que me apresentei a frente de um público, um desafio pessoal. Pretendo continuar, aprender mais dança, tem muita modalidade para aprender. É muito rica a dança e acho que tudo isso aqui é uma riqueza também”, finalizou Carl.
Como professor, Marcelo Thiganá já ministrou oficinas na Inglaterra, Itália, França, Portugal, Espanha e em países da América Sul, além de já ter representado o Brasil em diversos festivais. “Fundei o projeto ‘A dança entra as escolas’, onde ensinava a dança na escola pública, percorri o Pará para revelar talentos que hoje são professores pelo mundo e muitos campeões, como Marcelo Grangeiro, diretor da ‘Dança dos Famosos’; Holon Ho, que ganhou a ‘Dança dos Famosos’, Kelly Reis, que nos EUA representou o Brasil e se consagrou como uma das melhores bailarinas do mundo”, ele destaca.
Como escritor e pesquisador, Thiganá lançou livros como “Brega – o Tango do Pará” e “A dança do tecnobrega”. “Hoje, me dedico à dança como terapia, ajudando as pessoas a ficarem mais felizes”, destaca Thiganá, que tem um novo sonho: “Contar a história da dança de Belém na COP 30, que é importantíssima e claro já estamos nos preparando para este momento”.
Serviço:
Aulas de dança com Marcelo ThiganáLocal: K7 Dance and Sport – Trav. Timbó, 2634 – MarcoInformações: WhatsApp (91) 98262-1877