Diversos pontos de Belém estão tomados por lixos e entulhos
Publicado em 29/12/2023
A quantidade de lixo espalhado em vias públicas de Belém tem gerado desconforto entre os moradores. Ontem, 28, a equipe do DIÁRIO percorreu diversos bairros e encontrou, pelo caminho, resíduos como caixas, sacolas plásticas, copos descartáveis, marmitas vazias e, principalmente, materiais orgânicos como restos de alimentos acumulados.
Para Raimundo Curi, 61, essa condição acaba sendo um atrativo para animais portadores de doenças. “Quem nunca andou pelas ruas da cidade e não encontrou um, dois ou até mais ratos passeando? Sem contar na quantidade de baratas que andam de um lado para outro”, afirmou o microempreendedor.
Na avenida Marquês de Herval, entre as travessas Dr. Enéas Pinheiro e Pirajá, no bairro da Pedreira, um amontoado de entulho, junto com sacos de lixo e garrafas de vidro, foi deixado no meio-fio. Nesse espaço, os pedestres que passam por ali precisam redobrar a atenção para não cortar os pés ou até mesmo tropeçar nesses objetos, pois o risco de queda, especialmente para as crianças e idosos, é alto.
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“Desde quando começou a juntar esse lixo não tivemos mais paz, pois o odor é forte e o número de moscas aumentou. Além disso, ao lado do meu estabelecimento, há uma padaria cujos colaboradores e os clientes sofrem com todo esse material descartado, principalmente porque, assim como eu, trabalhamos com alimentos”, relatou.
A alguns quilômetros dali, no quarteirão da rua Oliveira Belo, entre as travessas 14 de Março e Generalíssimo Deodoro, sacolas de diversas cores, repletas de lixo ocupam os espaços sob as mangueiras e nas calçadas. O odor no local é outra característica, devido aos restos de comida e fezes, tornando o ambiente extremamente insalubre.
“Apesar de a maioria atribuir a responsabilidade aos órgãos municipais pela limpeza das ruas e pela coleta do lixo, a população acaba contribuindo para a sujeira nas vias”, considera Luiz Rodrigues, 60. O autônomo explicou que precisa arriscar a saúde devido ao lixo que se acumula na travessa Dr. Enéas Pinheiro, entre as avenidas Visconde de Inhaúma e Duque de Caxias, que já está no meio da rua.
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Luiz acrescenta, sugerindo políticas de conscientização em todos os bairros de Belém com o intuito de promover uma cidade mais limpa. “Ontem [terça-feira] por volta das 15h, flagrei um homem despejando um carrinho de mão de lixo e chamei a atenção dele. No entanto, sozinho, infelizmente, não consigo fazer muito. Belém está, infelizmente, em um completo estado de abandono”, disse.
Ao longo da rua do Canal São Joaquim, no Barreiro, a situação é a mesma: a calçada deveria estar livre, mas está coberta de lixo. “Presenciar nossa cidade assim é constrangedor. Além disso, isso aumenta o número de alagamentos, causando transtornos à população sempre que ocorre uma chuva, mesmo que não seja intensa”, destaca o catador de materiais recicláveis Rodrigo Souza, 36.
Na rua da Marinha, na Marambaia, a quantidade de lixo é tão grande que nas primeiras horas do dia de ontem, a via estava bloqueada, obrigando os motoristas a mudarem a rota para seguir viagem. No período da tarde do mesmo dia, o local foi desobstruído, mas os resíduos ainda estavam presentes, amontoados nas calçadas.
“Ficamos indignados, pois não conseguimos ver os órgãos municipais se importando com todo esse lixo, infelizmente. Há sofás, pregos, vidros, representando um risco para toda a população. Já tentamos entrar em contato várias vezes com a Secretaria de Saneamento, e sempre prometem enviar uma equipe, mas são apenas promessas”, disse o eletricista Paulo Moura, 31.
NOTA
A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que “enviará uma equipe até os pontos citados [pela reportagem] para verificar a situação e remover o lixo e o entulho dos locais”. Em outro trecho, a nota chama a atenção para a “importância da população na manutenção da limpeza da cidade” e concluiu que “oferece o ‘Zap-Entulho’, serviço gratuito mediante solicitação via WhatsApp (91 98499-0059)”.