Do Látex ao Luxo: A reinvenção dos produtos sustentáveis
Publicado Diário FMem 20/04/2025
A biodiversidade da Amazônia, somada aos conhecimentos das populações tradicionais, representa um imenso potencial socioeconômico para os territórios da floresta. No Pará, esse potencial tem sido explorado de forma sustentável por iniciativas que valorizam os produtos da floresta em pé. Um exemplo é o trabalho desenvolvido por Kátia e Tainah Fagundes, mãe e filha que, na Ilha de Cotijuba, em Belém, decidiram empreender com base na cultura da borracha, transformando o látex em fonte de renda e inclusão social para mulheres da comunidade extrativista local.
A partir do seringal da comunidade de Pedra Branca, o projeto levou o maquinário necessário para o beneficiamento do látex até o interior da floresta, promovendo não apenas a geração de renda, mas também a valorização de saberes tradicionais. “A gente vê que tem como recomeçar um novo ciclo dessa borracha pelo olhar da economia criativa”, afirma Tainah, destacando a importância de associar inovação, sustentabilidade e identidade amazônica. O resultado é um produto com design, história e protagonismo feminino: “Elas são parceiras, filhas, pessoas muito próximas do trabalho do seringueiro, mas que não apareciam”, completa.
A iniciativa faz parte de um movimento maior na Amazônia, onde negócios sustentáveis ligados à sociobioeconomia têm se fortalecido. Para isso, 75 empreendimentos da região se uniram na Associação de Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio). Segundo o presidente da entidade, Paulo Reis, os negócios associados geram impacto positivo em dezenas de milhares de pessoas e hectares de floresta. “O maior potencial para o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia está nos pequenos e médios negócios ligados à bioeconomia, conectados ao conhecimento tradicional e com alto impacto local”, afirma.
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