Estratégia financeira ajuda a gastar menos no supermercado
Publicado em 18/07/2024
Em um cenário de constantes aumentos no custo da cesta básica, muitas famílias buscam maneiras de fazer seu dinheiro render mais. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), em junho deste ano o valor da cesta básica alcançou R$ 695,58 no bolso dos paraenses, o que representa um impacto significativo para uma família composta por dois adultos e duas crianças, chegando a consumir R$2.086,74 das finanças por mês.
Com a inflação pressionando o orçamento doméstico, encontrar estratégias eficazes para economizar no supermercado tornou-se uma necessidade. A educadora financeira Edelina Viana, especialista em Finanças Pessoais, compartilha que a organização financeira começa antes mesmo de sair de casa, fazendo uma lista de compras para evitar o gasto por algo que não é preciso. “Parece besteira, mas isso evita comprar algo que não precisa para aquele momento. Isso porque as gôndolas dos supermercados são meticulosamente adaptadas para te fazer consumir mais, então a estratégia de se ter uma lista e segui-la, faz você se blindar de você mesmo”, destaca.
Com os preços altos, evitar desperdício é crucial. Comprar alguns alimentos específicos ao longo dos dias, como frutas, legumes e verduras da estação, que são mais baratos e frescos, é o recomendado. Além disso, substituir produtos caros por alternativas mais baratas pode ajudar a manter a qualidade nutricional sem pesar no bolso. “Monitore os gastos. Se seu orçamento é muito limitado, todas as estratégias fazem sentido para que você possa ter uma boa qualidade pagando um pouco menos; mas para que isso seja efetivo, saber dominar seus gastos e saber o preço faz total sentido nesse acompanhamento”, aconselha.
Aproveitar promoções e descontos são ótimas alternativas para economizar, além de optar por marcas de produção dos próprios supermercados, que frequentemente oferecem produtos de qualidade similar aos de marcas mais conhecidas por preços menores. “Isso pode ajudar você a ter a mesma qualidade e pagando menos. Fique atento a ofertas e descontos nos próprios supermercados de sua preferência. Utilize cupons e aplicativos que oferecem cashback ou descontos adicionais como, por exemplo, o Méliuz e alguns bancos digitais que oferecem bonificação também”, sugere.
Outra estratégia para economizar nas compras de supermercado é mapear os preços e compará-los com os mesmos produtos oferecidos via plataformas na internet. Além disso, comprar online permite economizar em outros aspectos. “Isso porque os marketplace possuem preços atrativos e que competem com os supermercados. Nessa estratégia, você pode comprar sem sair de casa, o que evita gastos com transportes, filas e ainda tem a possibilidade de ganhar pontos e milhas”, diz.
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CAUTELA
Promoções são uma excelente oportunidade de economizar, mas é preciso cuidado para não comprar por impulso e para aproveitar promoções sem exageros. “Por isso que a função da lista funciona muito bem. Você tem uma lista de prioridades de compras e, no melhor momento, quando surge a promoção, você aproveita para comprar. Essa estratégia te permite também se planejar”, orienta.
A forma de pagamento também pode influenciar nas finanças pessoais. A especialista explica que, se não houver desconto à vista, o parcelamento pode ser uma opção, mas com cautela. “Para compras de supermercado, se for muito necessário, prefira parcelar no máximo em duas vezes; pois as compras são mensais e muitas parcelas podem comprometer o orçamento”.
Fazer compras exige preparação, se você quer economizar
Fazer compras no supermercado pode se tornar uma tarefa desafiadora e cara, especialmente se os consumidores não evitarem alguns erros comuns. Além de ir às compras sem uma lista, outro deslize é fazer compras com fome, o que pode levar à compra de alimentos desnecessários. Além desses, um erro frequente é levar crianças ao supermercado sem planejamento. Conforme a educadora financeira Edelina Viana, elas precisam entender que existe um orçamento, e isso pode ser feito de uma forma educativa.
“Crianças gostam de combinados, de previsibilidade. Combine com elas o que será comprado e o que não será. Isso pode evitar compras impulsivas e ensinar lições valiosas sobre orçamento”, recomenda.
COMPRAS
Segundo o levantamento divulgado no início deste mês pelo Dieese, de janeiro a junho de 2024, a maioria dos alimentos básicos tiveram reajustes acima da inflação. Os principais aumentos foram no arroz (24%), leite (21%), café (17%), banana (14%), tomate (13%), manteiga (8%) e farinha de mandioca (7%).
A empregada doméstica Maria Cláudia Gomes, 59 anos, enfrenta o desafio de alimentar sua família com produtos mais caros devido à condição de saúde de seu filho. “Compro tudo light, porque meu filho teve um acidente vascular cerebral (AVC) e não pode comer alguns alimentos. O leite, por exemplo, aumentou muito, e isso pesa no orçamento. Gastamos cerca de R$500 por semana com a parte maior da alimentação”, compartilha sobre os produtos tidos como essenciais, como café, leite, arroz, feijão e outros.
Pagando entre R$5,62 à R$8 no arroz branco, de R$5 à R$12 no feijão a depender do tipo, e R$6,25 à R$7,50 no leite, a dona de casa Raimunda Conceição, 59, também sente o impacto dos aumentos. “Faço compras mensais, mas toda semana preciso repor verduras, frutas e temperos. Gastamos cerca de R$900 por mês só com alimentos”, relata.