Grupo feminino de percussão Tambúru lança álbum

Publicado em 15/05/2024

O grupo feminino de percussão Tambúru lançará o seu primeiro álbum “Mulheres Tambor” no próximo dia 24, em todas as plataformas digitais, a partir das 12h. O álbum conta com cinco músicas e é resultado do Edital Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura do governo federal e que no Pará é executado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

As cinco músicas do álbum “Tambúru”, “Recanto dos Tambores”, “Mulheres Tambor”, “Tome xote” e “Vaqueiras do Marajó” são resultado de estudos do professor coordenador do grupo, o percussionista Rafael Barros, junto com as 22 mulheres que o integram, trabalhando com ritmos brasileiros, de maneira especial o universo amazônico. “Esse universo da música amazônica é composto de vários ritmos, como o lundu, xote bragantino, carimbó, vaqueiro do Marajó, entre outros. E tudo isso está dentro das músicas desse álbum”, destaca o coordenador. O álbum foi gravado no estúdio APCE e teve como técnico de gravação, mixagem e masterização: Assis Figueiredo.

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Rafael Barros destaca também que das 22 mulheres percussionistas, apenas uma é de fora do estado do Pará (é mineira) e que a junção dos muitos batuques propicia o surgimento de uma multiplicidade de sons e ritmos novos. “Os ritmos vão se movendo, vão se compondo ali, no momento de ensaio. A partir do som produzido por essas 22 mulheres tocando seus tambores é possível criar muita coisa, uma gama variada de instrumentos e de possibilidades sonoras. A gente brinca muito também com essa questão sonora, com essa construção musical”, revela.

O trabalho teve também como convidadas três musicistas que tem carreira atuante no cenário musical de Belém. São elas: Ander Figueiredo (trompete), Melina Fôro (violão) e Inesita (contrabaixo), além da participação especial de Juliana Silva ao pandeiro, na música “Tome Xote”.

O coordenador do Tambúru explica também que o grupo de percussão feminino trabalha tendo como base quatro tambores, que são centrais na execução das músicas. São eles: o Curimbó ou Carimbó, que é o tambor da manifestação do Carimbó; a caixa de Marabaixo, que é utilizada no ritmo do Marabaixo, que é um ritmo quilombola do estado do Amapá; e um tambor que o grupo apelidou carinhosamente de Tambúru, que é um tambor diferente, menor, de som mais agudo, mais fino. E ainda um quarto tambor, que se junta a essa mistura potente, que é o pandeiro, que é de menor dimensão, mas querido por todos.

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Mas Rafael Barros e o grupo ainda dão um toque mais personalizado ao som do grupo, misturando vários instrumentinhos e construindo também alguns. “Tem uma baqueta que é utilizada nos atabaques de religiões de matriz africana, que se chama Aguidavi, que também utilizamos para a execução de nossas músicas. Ela é feita de galhos de goiabeira e tem todo um processo para tirar o galho e fortalece-lo, para poder fazer com que ele vire uma baqueta. Nós a utilizamos como um recurso de som agudo. Mas a gente utiliza também maracas e também tampas de garrafas Pet, triângulos e agogôs, que são feitos da castanha do Pará”, ressalta o músico.

Percussionista com vários projetos e trabalhos executados em Belém, Rafael Barros também integra, desde 2005, o Arraial do Pavulagem, tradicional boi que promove arrastões pela capital, em especial durante o período junino. “Nesses 19 anos de Arraial do Pavulagem, tocando e ministrando oficinas, eu fui percebendo uma crescente aproximação das mulheres em relação à percussão, e isso me chamou a atenção. Em 2021, durante a pandemia, ministrei um curso online chamado “Amazônia Brasil”, que teve sete módulos, ministrados durante sete meses. E em janeiro de 2022, eu fiz um convite para os encontros passarem para o presencial e foi quando o grupo TAMBÚRU foi se formando e chegou até a formação atual, com as 22 mulheres percussionistas”, lembra. “Decidi investir no trabalho de percussão feminina, com o toque da mulher, as mãos das mulheres, o que tem uma simbologia enorme nessa questão da relação da mulher com o tambor e com o canto, na cultura brasileira e na cultura amazônica”, acrescentou.

O TAMBÚRU é um grupo de percussão formado por mulheres que têm perfis bem diversos, segundo Barros. “Muitas das percussionistas são professoras e buscam um curso de percussão para, por exemplo, poder trabalhar com seus alunos ou diversificar mais a área de estudo. Mas o grupo tem de tudo: socióloga, mulheres que trabalham no lar, aposentadas, psicólogas, advogadas, além de duas professoras de música. Todas de faixas etárias bem diferentes. E acho que é essa diversidade que propicia um rico material musical”, conclui.

Sobre o TAMBÚRU

O Grupo Feminino de Percussão TAMBÚRU é formado por 22 mulheres e estuda a percussão brasileira, com enfoque na percussão amazônica e seus instrumentos seculares, trabalhando na construção, valorização e o empoderamento feminino, por meio da ancestralidade presente nos instrumentos, nos toques e no fazer musical. O grupo foi formado no início de 2022, após um período de aulas online em 2021, ministradas pelo professor, percussionista e compositor Rafael Barros. Entre as manifestações da cultura popular estudadas estão: lundu, xote bragantino, carimbó, marabaixo, ciranda, samba de roda, maculelê, são bento grande, baião, entre outras.

A estreia do grupo aconteceu em novembro de 2022, no Teatro Experimental Waldemar Henrique, e contou como convidadas as musicistas Anderlene Figueiredo (trompete) e Inesita (contra-baixo), que integram o espetáculo, além das participações especiais de Katarina Chaves, Maria Flor e Coro ECOS do Pará, regido pelo maestro Dyogo Maia.

Integrantes do TAMBÚRU:

Ana Albuquerque Ana Terra Brunely Coimbra Carmen Rocha Dayse Duarte Eugênia Lobato Euzalina Ferrão Gabriela Coelho Jô Coutinho Juliana Queiroz Kátia Chaibe Liliane Garcia Marcelle Rolim Maria Bento Marilsa Pontes Patrícia Failache PepaRai Quadros Silvana Veloso Silvia Menezes Soraia Failache Vera Brito


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