Jovens se preparam para o Enem e sonham com o futuro
Publicado Diário FMem 24/05/2025
O último ano do ensino médio é, para muitos jovens, um ponto de virada. Faltando poucos meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é quando o tempo parece acelerar, as cobranças aumentam e os sonhos começam a ganhar forma. No Dia do Vestibulando, celebrado neste 24 de maio, milhares de estudantes enfrentam a rotina de apostilas e simulados, mas também a expectativa de transformar o esforço em conquista.
Na Escola Estadual de Ensino Médio Albanízia de Oliveira Lima, localizada no bairro Souza, em Belém, só no último ciclo de vestibulares, a escola aprovou 121 alunos entre a Universidade Federal do Pará (Ufpa), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni). Para este ano, a jornada continua com novos rostos, histórias e sentimentos: é onde sonhos como ser médico, psicóloga, biomédica, biólogo ou advogada se desenham entre dúvidas e esperanças, enquanto o Enem se aproxima.
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CAMINHADA
Para a estudante Sara Cunha, de 16 anos, a caminhada até aqui tem sido marcada por escolhas difíceis e dedicação. Entre cursar psicologia ou medicina, iniciou sua preparação no segundo ano do ensino médio, quando começou a frequentar um cursinho presencial. Agora, segue firme nos estudos com aulas online pela manhã e ensino regular à tarde. Apesar de se sentir dividida, ela revela:
“No meu coração, eu escolheria a psicologia; porque é algo que gosto muito, entender sobre a saúde mental e até no meu dia a dia pesquiso bastante sobre a área, tanto para mim quanto para ajudar outras pessoas”. O maior desafio dessa fase têm sido as atividades que precisam ser deixadas de lado. “As coisas simples, mas que eu gosto muito de fazer… entendo que preciso abrir mão para um bem maior, que é passar em uma faculdade e no curso que gosto”, conta.
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É MEDICINA!
Já Diego Malaquias, de 17 anos, carrega o sonho de ser médico desde a infância. “Desde muito pequeno, assim, já entre 6 e 7 anos, já tinha tomado essa decisão. ‘Ah, eu quero ser médico, quero salvar vidas’, sempre tive bem definido”, afirma. Para ele, o preparo precisa ser disciplinado e constante. Estudante do turno da manhã, divide o dia entre estudos e treinos na academia.
“A preparação tem que ser intensa. Tem que ter aquele sacrifício a mais, disciplina de saber que tem que estudar e, para isso, estar alinhada à saúde”, diz. Na escola, se identifica mais com as matérias de exatas, como física, química e matemática; e para o futuro já tem até ideia das especialidades que o atraem: “sempre pensei em cirurgia plástica e ser neurocirurgião. Gosto desse risco, dessa responsabilidade”.
(BIO)MEDICINA
Hadassa Gomes, 17, também compartilha da paixão pela área da saúde. A estudante ainda está entre dois caminhos: medicina ou biomedicina. Desde o primeiro ano do ensino médio, faz simulados do Enem para treinar a resistência da prova. Este ano, incluiu o cursinho na rotina e sai cedo de casa para estudar no colégio pela manhã e no cursinho à tarde. “Chego em casa à noite, dou uma descansada e depois reviso as matérias do dia. É cansativo, mas eu tenho um objetivo e isso me dá motivação”.
A dúvida é natural – e comum entre vestibulandos –, mas apesar da indecisão, o coração já dá sinais de preferência. “Desde criança, pensava em trabalhar em laboratório, que é algo que me chama atenção, mas também gosto da ideia de cuidar diretamente das pessoas. Ainda estou decidindo; mas se fosse só pela vontade mesmo, escolheria biomedicina porque gosto muito da área da genética. Quanto mais eu estudo, mais vejo que é isso que me encanta”, explica.
DIREITO
Silvia Cavalcante, 17, não tem dúvida do que quer: é o direito ou nada mais. Desde os 9 anos de idade, ela já sonhava com a toga e o tribunal. “Surgiu assim, do nada. Nem foi influência; era paixão da minha mãe, mas nunca tinha falado comigo sobre isso”, lembra. Tempos depois, Silvia já tinha escolhido o objetivo final: ser desembargadora. Desde então, tudo que faz tem esse foco. “Quero passar por todas as etapas: advogada, juíza, até chegar lá”. A decisão veio cedo e não houve espaço para plano B. “Já tentaram me convencer a fazer medicina, mas eu sei que não é pra mim”, garante.
A rotina é puxada, mas ela não reclama. Sai cedo do bairro Aurá, em Ananindeua, para chegar na escola Albanízia. “Sempre me interessei muito por entender os direitos das pessoas, saber como funcionam as leis. Acho que é uma forma de dar voz a quem não tem”, comenta. E todo esse esforço tem base firme: o apoio da mãe, pedagoga e inspiração diária. “Ela me apoia muito. Justiça e igualdade sempre faltaram na nossa história e é por isso que quero fazer a diferença no direito”.
BIOLOGIA…
OU ENGENHARIA?
Matheus Santos, 17 anos, tem um dilema bom nas mãos: entre mergulhar no mundo dos motores ou no fundo do mar. A dúvida entre engenharia mecânica e biologia surgiu com o tempo, mas a paixão pelos animais é antiga – nasceu entre viagens de infância para Recife e dias de praia com a família. Sempre curioso com o universo marinho, ele cresceu alimentando o desejo de estudar os seres vivos. “Mas a liga esportiva Fórmula 1 entrou em cena e despertou outro tipo de fascínio: o das máquinas, da potência e da engenharia envolvida por trás de cada corrida”.
E mesmo com sugestões de familiares para tentar áreas como tecnologia, engenharia da computação, ele é direto: quer cuidar de animais ou projetar máquinas, nada no meio termo. Para ele, manter o foco é um desafio, já que possui Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mas encontrou uma estratégia eficiente: vídeos curtos, anotações à mão e links organizados. “Gosto muito de desmontar coisas, entender como funcionam, por isso penso na engenharia. Mas, ao mesmo tempo, sempre fui muito curioso sobre a vida, os seres vivos, a biologia me encanta”.