Moradores denunciam abandono no atendimento do CAPSI

Publicado em 10/08/2024

Os moradores de Ananindeua, na Grande Belém, que precisam de atendimento nos Centros de Atenção Psíquico-Social Infantil (CAPSI) voltaram a denunciar a má prestação de serviços por parte do órgão subordinado à Prefeitura do município. As queixas vão desde a falta de vagas à situação caótica dos centros, com estruturas que deixam muito a desejar, mesmo o contribuinte pagando religiosamente seus impostos, sem ter, neste caso, um retorno digno.

A RBATV ouviu nesta sexta-feira, (9), a mãe de uma criança de 7 anos que precisou de atendimento para o filho e que acabou tendo, segundo ela, uma experiência traumática. Ela esteve em busca de uma consulta para o filho, madrugou na fila, mas sem conseguir o atendimento para a criança. E quando consegue precisa aguardar por horas para ele ser atendido. “As consultas abrem no início do mês e a gente tem que praticamente madrugar para conseguir uma senha, uma vaga para poder agendar a consulta da criança que tanto precisa”, afirma.

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“O que a gente denuncia aqui não é nada além do nosso direito como mãe atípica. Nessa semana tinha uma consulta marcada para 13h. Fomos cedo porque eu teria que ser a primeira a ser atendida para eu poder depois trabalhar. E eu tive que ficar lá até quase 16h esperando que o profissional chegasse para poder iniciar o atendimento”, desabafou.

Para piorar, ela relatou que o espaço não oferece o mínimo de condições para espera. Imagens repassadas pela moradora mostram as cadeiras quebradas, uma piscina suja, mato alto no terreno, entre outras irregularidades. “Não tem o mínimo de conforto no lugar onde a gente deveria ser acolhida. A estrutura em si do CAPSI hoje é bem precária. Se você for lá, você vai ver a quantidade de mato, de folha”.

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O sítio onde funciona o local já está bem deteriorado. “Um espaço até chegando a ser perigoso para a criança, porque tem árvores ali que não tem uma manutenção. E aí quando a gente chega lá para a consulta, demora. Às vezes o profissional chega muito além do horário combinado”.

A moradora denunciou um fato inusitado em uma das consultas. “Quando meu filho foi fazer uma consulta, eu esperava que, ao mínimo, ele fosse bem assistido com o psiquiatra. E o que aconteceu foi uma tentativa de venda de streaming de plataforma. Eu fiquei bem frustrada, porque eu estava esperando durante muito tempo essa consulta. Eu esperei por dois meses, porque meu filho precisa de um laudo para ter um acompanhamento correto até na escola”.

Para que possam correr atrás dos próprios direitos, recebeu apenas um encaminhamento no final da consulta. “Uma consulta que durou em torno de 40 minutos, e o tempo todo querendo me oferecer uma coisa que eu não fui ali buscar”, declarou ela, que aguarda um laudo para encaminhar o documento à escola do filho e em seguida buscar tratamento terapêutico para a criança.



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