O que é amputação do reto, cirurgia feita por Preta Gil?

Publicado em 09/09/2024

O câncer colorretal é um tipo de câncer que se desenvolve no cólon (intestino grosso) ou no reto (parte final do intestino, próxima ao ânus), podendo começar como pólipos, pequenas formações na parede do cólon ou do reto, tendo a possibilidade de se tornarem malignos com o tempo.

Preta Gil está enfrentando uma batalha pública contra o câncer desde que foi diagnosticada com adenocarcinoma no intestino, um tipo de câncer colorretal. Nas redes sociais, ela compartilha momentos desafiadores do tratamento, que inclui cirurgias, sessões de quimioterapia e mudanças na rotina.

No último domingo, 8, a cantora Preta Gil revelou em entrevista ao Fantástico, que precisou amputar o reto como parte do tratamento contra o câncer colorretal. Esse procedimento é necessário em certos casos e altera a rotina dos pacientes. No caso de Preta, o procedimento foi feito no ano passado.

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Quando a amputação do reto é necessária?

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner, o principal objetivo do tratamento contra o câncer é remover a doença, garantindo uma margem de segurança ao redor do tumor. Quando o tumor no reto está muito próximo do ânus, o que impede uma margem de 2 centímetros sem afetar a musculatura local, algumas medidas são adotadas.

Inicialmente, o paciente pode passar por quimioterapia e radioterapia para reduzir o tumor. Com a diminuição, é possível preservar a área e unir o intestino saudável à região anal, permitindo que o paciente mantenha o controle da evacuação. No entanto, se o tumor não retrocede o suficiente, a única alternativa eficaz é a amputação do reto.

“Quando a quimioterapia e radioterapia não reduzem o tumor e ele está muito perto do ânus, sem deixar uma margem adequada, a amputação é necessária para garantir a cura. Caso contrário, a remoção do tumor não permitirá a reconstrução funcional do canal anal”, explica Klajner.

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A cirurgia envolve a remoção do reto e, em alguns casos, de parte do intestino grosso (cólon sigmoide), além dos linfonodos e músculos relacionados à continência. Embora a aparência externa da nádega permaneça normal, o ânus é fechado e o intestino é exteriorizado por meio de uma colostomia (procedimento cirúrgico para exteriorizar uma parte do intestino grosso por meio da parede abdominal), pela qual as fezes são evacuadas.

Klajner destaca que os pacientes recebem treinamento para cuidar da bolsa de colostomia e podem fazer ajustes na dieta para regular a evacuação, permitindo que aconteça apenas uma vez ao dia.

Câncer colorretal

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os principais fatores de risco para o câncer colorretal incluem sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e tabaco, além de uma dieta pobre em fibras. Fatores genéticos e hereditários, como histórico familiar e doenças inflamatórias intestinais também aumentam o risco, assim como a exposição a radiação de raios X e gama.

Estima-se que no Brasil ocorram cerca de 45.630 novos casos de câncer colorretal por ano, com 21.970 em homens e 23.660 em mulheres, representando um risco de 21,10 casos por 100 mil habitantes.


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