Pacientes reclamam do atendimento no PSM da 14
Publicado em 03/12/2024
O Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Março, no bairro do Umarizal, em Belém, continua com grande fluxo de pacientes e sem alguns itens essenciais para uma unidade de saúde desse porte, denunciam os usuários. O local é administrado pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
Na noite de ontem (02), a atendente de restaurante, Paula Núbia, 23, sentia fortes dores na região entre o quadril e o abdômen. Ela suspeitava de pedras nos rins. Ao procurar o PSM da 14 no final da tarde, não conseguiu realizar os exames necessários nem receber medicamentos que interrompesse as dores intensas. “Não tem nada. Não tem exame. Não tem como fazer exame de sangue, talvez só de madrugada ou amanhã de manhã. Para fazer ultrassom, só amanhã de manhã”, reclamou a atendente. Dentro da unidade, o único conselho que recebeu foi tentar a sorte no Pronto Socorro do Guamá. “Estou indo embora porque me aconselharam ir pro Guamá, mas não tem condição de ir para o Guamá. Aí eu vou para UPA da Sacramenta, é mais perto”, avaliou Paula.
A situação da saúde pública municipal em Belém é preocupante e casos de desrespeito aos pacientes têm sido constatados nos últimos dias, não apenas pela imprensa, mas também pelo Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA). No fim do mês passado, o órgão realizou uma vistoria técnica nos hospitais municipais. A visita foi motivada por uma denúncia de que o aparelho de tomografia do PSM da 14 estava quebrado. Porém, ao chegar ao local, a comitiva liderada pela presidente do CRM-PA, Tereza Cristina Azevedo, presenciou excesso de pacientes nos corredores, longas esperas por transferências, falta de higiene, além da carência de insumos e medicamentos essenciais. Diante da gravidade dos fatos, um relatório foi produzido pela entidade e encaminhado ao Ministério Público do Pará, à Sesma e à Vigilância Sanitária.
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O problema que motivou a visita da presidente do CRM-PA ao PSM da 14 parece não ter sido resolvido. A estudante Gabriela da Silva Azevedo, 20, desistiu de procurar atendimento ontem após cair da garupa de uma moto e bater a cabeça no chão, na madrugada de domingo (1º). A peregrinação da jovem começou em Ananindeua, onde mora, mas não conseguiu atendimento nas UPAs do município. Segundo ela, a justificativa dada foi a falta de equipamentos adequados para esse tipo de ocorrência no município. Já em Belém, ontem, Gabriela chegou a ser atendida, mas sem ter o desejado. “Eu estava precisando de uma tomografia. Achei que seria um raio-x, mas, depois que fui internada, a enfermeira disse que era uma tomografia. Só que o equipamento necessário estava quebrado”, explicou a jovem, que decidiu ir embora para casa, temendo ter um problema mais grave devido à contusão.
Procurada pela reportagem, a Sesma informou, por meio de nota, que, na última sexta-feira, 29, foi realizada a instalação do novo tubo de imagem no aparelho de tomografia do HPSM Mário Pinotti. “A instalação foi realizada pela empresa terceirizada responsável pela manutenção dos equipamentos. Contudo, após a realização de testes, foi identificado um novo problema no gerador do aparelho, que está sendo prontamente solucionado”, diz a secretaria.
A Sesma também nega que haja falta de coleta para exames de sangue. “Todos os dias, diversas coletas são realizadas no HPSM Mário Pinotti, em horários específicos, conforme a demanda do serviço”, afirma na nota.