Pacientes sofrem à espera de atendimento no PSM da 14
Publicado em 26/11/2024
A paciente Maria de Nazaré Oliveira Sousa é traqueostomizada, ou seja, convive com um tubo ligado a uma abertura na traqueia para permitir a chegada do ar aos pulmões, já há três anos. Desde o início da manhã de ontem, 25, ela espera atendimento emergencial no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Marco, em Belém, por conta de uma miíase (infestação de larvas de moscas) no aparelho, atendimento este que não chega, apesar das reclamações e insistência do filho, Marcos Souza, que a acompanha.
“Dão uma série de informações erradas. Uma hora fala que está internada, outra hora falam que vão operar ou fala que está em observação. Ela precisa tirar as larvas do aparelho e não resolvem, ninguém resolve nada. Uma médica veio falar com a gente e atendeu minha mãe de maneira super arrogante”, denuncia ele.
A situação de Maria de Nazaré foi uma das muitas situações irregulares e que caracterizam desrespeito à saúde pública constatadas durante fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) realizada na tarde de ontem.
A ida de um grupo liderada pela presidente da entidade, Tereza Cristina Azevedo, foi motivada por uma situação de tomógrafo quebrado, e portanto, sem funcionar. Mas foram encontradas outras ocorrências graves. Em determinado momento, houve reunião com a direção do hospital. “Estivemos aqui em fevereiro e nada mudou. Pelo contrário, piorou. Tem pacientes no corredor, pacientes graves esperando transferência, uma senhora com larvas saindo pela traqueo, criança de um ano esperando para ser transferida, faltam medicamentos e insumos”, declarou ela.
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DESCASO
Na semana passada, foi feita visita semelhante ao Hospital Pronto Socorro do Guamá Dr. Humberto Maradei, o PSM do Guamá. “Os dois PSMs vivem um caos. Um descaso com a saúde pública municipal. É lamentável ver uma situação dessas. A população está desassistida. Nosso relatório vai ficar pronto ainda essa semana e será enviado aos órgãos competentes para que tudo o que vamos recomendar seja providenciado com a máxima urgência. O que não pode é ficar como está”, destacou Tereza Cristina.