Pandemia: Lembranças de quando tudo parou permanecem vivas

Publicado em 04/05/2025

No dia 18 de março de 2020, o governo do estado confirmou o registro do primeiro caso de Covid-19 no Pará. Na época, o paciente tinha 37 anos de idade e era do sexo masculino. Dois meses depois, no dia 7 de maio, Belém e mais nove cidades paraenses entraram em lockdown. O Pará foi o segundo estado do país a adotar a medida contra o coronavírus.

Com o bloqueio, apenas supermercados, farmácias, feiras e bancos seguiram funcionando. Cerca de 30 barreiras foram montadas somente em Belém para fazer a abordagem das pessoas e orientá-las sobre as restrições, pois quem desrespeitasse as medidas de proteção estava sujeito às advertências e multas. As outras cidades que entraram em lockdown juntamente com a capital paraense foram Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Santo Antônio do Tauá, Vigia de Nazaré e Breves.

Naquele 7 de maio, em boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), às 21h, foram confirmadas 78 novas mortes pela doença, subindo para 488 o número de óbitos no total. Mais 411 casos de Covid-19 também foram confirmados, totalizando no dia 5.935 casos no Pará.

Cinco anos depois, o DIÁRIO ouviu trabalhadores no bairro da Pedreira, com faixas etárias distintas, que foram impactados diretamente pela pandemia, com a mudança de rotina. As lembranças são as mais diversas, desde perda de clientes, diminuição das vendas até infecção pelo SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, assim como aprendizados que tiveram diante da situação.

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Atravessar uma pandemia e um lockdown sendo feirante não foi fácil para Betânia Almeida, 49 anos. Acostumada a uma rotina intensa de trabalho nos diferentes turnos com a venda de itens, como farinha de tapioca, a feirante se sentiu confusa diante de um cenário que nunca tinha passado anteriormente. “Quando a Covid chegou foi desesperador. Eu perdi muitos clientes, muitos porque não podiam ou não queriam sair de casa, e outros porque morreram com a doença”, relembra a feirante que tem quase 30 anos de atuação no ramo.

Na época, Betânia contraiu Covid, o que a deixou mais insegura quanto à pandemia. “Eu tive sintomas como dores de cabeça muito fortes. Pensei que fosse morrer. Pedia a Deus para me curar disso”, relata. Consequentemente, diante daquele contexto, as vendas despencaram. “Imagina você depender do público para as vendas e de repente os clientes sumirem. Foi um período bem complicado. Eu vi também que houve muita imprudência das pessoas, que não respeitavam as recomendações de segurança”.

Com sintomas mais graves da doença, a autônoma Fabiana Monteiro, 30, que trabalha com a comercialização de ovos, viu a rotina mudar drasticamente com a nova realidade imposta pelo SARS-CoV-2. “Eu tive muita dor de cabeça, dores no corpo todo e falta de ar. Foi muito complicado aquele momento para mim e para muitas pessoas”, recorda a trabalhadora que já atua há sete anos no negócio.

No lockdown, Fabiana explica que precisou reorganizar a agenda, pois a feira onde trabalha passou a fechar às 13h com a medida. Além disso, com a redução do público comprador, outro ponto destacado pela autônoma é que os clientes tinham medo de tocar nas mercadorias, ressaltando o receio deles de se contaminar com o vírus da Covid-19. “Muitos clientes se isolaram e outros nem chegavam perto. Eles faziam os pedidos de dentro do carro e assim levávamos. Foi bem difícil, mas passou”, afirma.




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