Pará: Médica é proibida de exercer profissão após fake news sobre câncer
Publicado Diário FMem 12/03/2025
Em tempos de rápida troca de dados, por conta da crescente popularização da internet, um fenômeno acentuado foi a disseminação de notícias falsas, conhecidas como fake news. Muitos temas são alvos desta prática, já vista como criminosa, e um caso chamou atenção no Pará.
Em decisão publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a médica Lana Tiani Almeida da Silva, que atuava no Pará, foi impedida de exercer a profissão por conta de um vídeo publicado em que afirmava que o câncer de mama não existia. Em outro determinado momento, ela também afirmava que o exame para a detecção da doença, a mamografia, causava inflamações na região, fala já amplamente comprovada como falsa.
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A decisão foi confirmada no dia 20 de fevereiro, publicada como Interdição Cautelar Médica, que age no sentido de proteger tanto os pacientes quanto a própria profissional de possíveis riscos à saúde ou à segurança.
Confira a decisão na íntegra, assinada pelo presidente do CFM em exercício, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti:
“O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº3.268/57 e de acordo com art. 33 da resolução CFM nº 2.306/22, torna pública a decisão de INTERDIÇÃO CAUTELAR TOTAL do exercício profissional da médica Dra. LANA TIANI ALMEIDA DA SILVA, CRM-PA nº 5.883, proferida pelo CRM-PA e referendada no Pleno do Tribunal Superior de Ética Médica em 20/02/2025, conforme art. 35, § 1º, do CPEP, nos autos do recurso em Interdição Cautelar PAe nº 000001.31/2025-CFM (PEP CRM-PA nº 000001.04/2024).”
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A decisão ocorreu após denúncia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) ao Tribunal de Justiça do Pará, que atendeu ao pedido e determinou também a retirada dos conteúdos falsos do perfil da médica em suas redes sociais, prevendo multa diária de R$ 1.500, em caso de descumprimento.
O DOL entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina para saber o tempo em que Lana da Silva seguirá afastada da profissão, que se limitou em informar apenas que “o caso não será comentado”.
Sindicato repudia conduta médica
Em nota, o Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (SINDMEPA) repudiou a disseminação de informações falsas que colocam em risco a saúde pública, principalmente em um assunto tão grave como o câncer de mama, que afeta milhares de mulheres no estado e no país. O sindicato também destacou a importância de os profissionais da medicina atuarem com responsabilidade, ética e compromisso com a ciência, garantindo a segurança e o bem-estar da população.
Brasil: Câncer de mama é o que mais mata mulheres
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que em 2025, cerca de 66.280 novos casos de câncer de mama foram diagnosticados no Brasil, representando cerca de 29% de todos os casos de câncer entre as mulheres.
Ainda segundo o INCA, atualmente, a doença é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil.