Planetário: evento une arte, ciência e história em Belém

O Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) foi no sábado (29) pela manhã, um dos espaços da mostra Estúdio Aberto, que integra as atividades públicas do segundo ciclo da Residência Cultural do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA). A experiência “Ao Cair da Noite Eu Me Guiarei pelo Brilho dos Seus Olhos” foi desenvolvida pelo artista visual e escritor Rafael RG, na cúpula de projeções Kwarahy, com trilha sonora do artista Sidou. A atividade foi gratuita.

A sessão uniu arte, ciência e história a partir da investigação de rotas de fuga de pessoas negras escravizadas e o conhecimento astronômico presente nesses trajetos. Rafael RG explica que realizou um levantamento de jornais do século XVIII que continham os anúncios das pessoas negras escravizadas, com as datas de fuga do período colonial no Pará.

A partir do estudo foi possível identificar astros e constelações que guiavam jornadas de resistência, utilizando a tecnologia como ferramenta, como explica Rafael RG.

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“Eu tenho um aplicativo que usamos para conseguir determinar quais astros e estrelas estavam presentes no céu na noite em que essas pessoas fugiram. A partir dessa visualização, a gente faz uma leitura astronômica sobre como essas rotas de fuga e como essas pessoas se relacionavam com conhecimentos astronômicos, quais estrelas estavam, quais planetas e como esse conhecimento se junta nesse ideal de busca por liberdade”.

O diretor do CCPPA, Roberto Silva, destacou que o local tem o objetivo de promover e divulgar as ciências e a astronomia e que é sempre importante fazer as atividades integradas com instituições parceiras, como foi com o CCBA. “É uma novidade no sentido de ser uma sessão totalmente diferente”, explicou Silva sobre a programação envolvendo história, arte e astronomia.

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Curiosas com a programação, a professora Jéssica Rabelo, 33, e a filha Júlia, 6, aproveitaram a imersão no conhecimento com a programação especial do último sábado no CCPPA. Rabelo explica que voltou ao local após décadas. “É um espaço que me traz memórias afetivas”, afirma. “É a primeira vez da minha filha visitando aqui. É um lugar de memórias e de conhecimento. A criança pode aprender muitas coisas do cotidiano com as ciências”.