Preço do açaí dispara, mas paraense não abre mão

Publicado em 17/03/2025

Nem mesmo a alta no preço do açaí freou o consumo do fruto na capital paraense. Tem quem faça dele mingau, podendo ser consumido no café da manhã, como refeição principal ou acompanhando outros alimentos, tanto no almoço quanto no jantar. E mesmo com o preço mais elevado do produto, que subiu 10,87% em fevereiro deste ano, registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo segue firme entre os amantes da iguaria.

Abrir mão do açaí não é uma opção, e cada um encontra uma maneira de driblar os custos para manter o costume vivo. Atrás da tradicional placa vermelha, usada para anunciar que no local tem açaí, está Júlia Costa, de 80 anos.

“Se me der vontade, eu vou lá e compro. O preço, para mim, não tem, porque eu posso morrer amanhã e a gente tem que aproveitar o momento”, brinca. Com o açaí médio custando cerca de R$30, ainda sim, para ela, “é a melhor bebida, é fonte de vitamina” e costuma consumi-lo depois do almoço, como sobremesa. “Se eu não tomar, parece que fico fraca. Se o preço subir mais, eu dou um jeito, mas parar de tomar eu não paro”, garante.

A autônoma Odete Nunes, 68 anos, é uma das que mantêm o costume pelo menos uma vez na semana. A qualidade também pesa na escolha, por isso frequenta pontos fixos, como um localizado na travessa Mauriti, próximo a avenida Pedro Miranda.

“Tem esse ponto aqui, um na feira da Pedreira e outro perto de casa, na Duque. É sempre bom comprar com qualidade. E sou cliente fiel”. E o açaí não é apenas consumo pessoal, mas também insumo para o negócio de venda de chopp. “Dá para fazer umas 40 unidades com 3 litros de açaí. Antes eu vendia a R$2,00, mas agora acompanhei o aumento e é R$2,50. É açaí consumido de toda forma”, comenta.

A aposentada Silvana Arthur, 65 anos, não abre mão da porção diária. “Tem que ter pelo menos um litro por dia. Eu consumo e minha mãe também”, conta. Carregando memórias afetivas e representando um elo familiar, a rotina é também compartilhada por Dalva Borges, 54, dona de casa. “Na minha casa é essencial, principalmente para minha filha. Ela sempre gostou desde pequena. Uma vez por semana tem que ter, e às sextas-feiras já virou tradição. E paraíso sem açaí não existe”.

A estudante de educação física Jacy Pompeu, 32 anos, também não abre mão do açaí, mas especialmente pelo marido, que é apaixonado pelo fruto. Cliente fiel, precisou se adaptar. “Agora eu compro um dia sim, um dia não, porque realmente está caro. Lá em casa, somos dois que consomem, então precisamos racionar”, explica, levando duas unidades de meio litro para cada.



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Venda

Nilo Móia, 60 anos, conhece bem o mercado do açaí. Há 20 anos vendendo o produto, ele também é consumidor assíduo e os reajustes nos preços precisam de alternativas. “Trabalho aqui e consumo todos os dias. Lá em casa somos quatro e todo mundo toma. E quando está mais caro o jeito é colocar um pouco mais de água”, diz. Para ele, o açaí não tem momento certo. “Tem gente que consome no café da manhã, minhas irmãs gostam, sempre rola um mingau, algo do tipo ou normal mesmo. Eu gosto dele misturado com a comida. É comida de caboclo”.


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