Sarampo volta a preocupar. A boa notícia é que existe vacina!
Publicado Diário FMem 27/03/2025
O sarampo voltou a ser uma preocupação em todo o mundo. O aumento recente de casos nos Estados Unidos acendeu um alerta entre as autoridades de saúde. Neste mês, o estado do Rio de Janeiro confirmou dois casos da doença.
O Brasil recebeu a certificação de eliminação do sarampo em 2016, mas a doença ressurgiu em 2018, principalmente devido à baixa cobertura vacinal e ao grande fluxo migratório. Durante esse período, a taxa de vacinação caiu abaixo do recomendado, que é de 95%. Somente em 2024 é que conseguimos alcançar novamente esse nível de proteção.
De acordo com o enfermeiro do Grupo Técnico da Vigilância do Sarampo da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Gustavo Cruz, a situação serve de alerta para o Brasil e outros países: a população deve se imunizar. “A vacina contra o sarampo pode ser encontrada nos postos de saúde de forma contínua. Além disso, a Sesma realiza campanhas e monta salas de vacinação em shoppings e praças para prevenir os casos da doença. No entanto, percebemos que a procura ainda está baixa, o que é preocupante, pois isso pode aumentar o risco de surtos se espalharem para além das áreas que já estão afetadas”, explica.
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De acordo com Gustavo Cruz, em Belém, a cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral é de 82,8%. No entanto, apenas 54,5% das pessoas retornaram aos postos de saúde para receber a segunda dose, conforme os dados mais recentes divulgados pela Sesma. O ideal seria que essa taxa chegasse a pelo menos 95%, um objetivo que ainda está longe de ser alcançado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, quando a cobertura vacinal fica abaixo de 95%, aumenta o risco de surto da doença na população. Isso acontece porque a imunização coletiva não é atingida, permitindo que o sarampo se espalhe e contamine mais pessoas.
“Atualmente, não temos casos confirmados de sarampo em Belém. O último surto ocorreu entre o final de 2018 e março de 2021, e desde então não registramos mais ocorrências. No entanto, a situação do sarampo nos lembra que a vacinação vai além de uma decisão pessoal; é uma responsabilidade que todos compartilhamos, especialmente considerando o surto que está acontecendo nos Estados Unidos. Qualquer diminuição na taxa de vacinação pode criar oportunidades para o sarampo voltar a se espalhar”, afirma o enfermeiro.
Contagioso
Gustavo ressalta que o sarampo é um dos vírus mais contagiosos que conhecemos. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus potencialmente para 18 pessoas, e cada uma dessas pessoas também tem o potencial de contaminar mais 18. “Ao contrário do que muitos pensam, o sarampo não é uma infecção leve que causa apenas algumas manchas vermelhas na pele”, explica.
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O enfermeiro também chama a atenção para os sintomas, como febre alta, secreção nasal, tosse e conjuntivite, e alerta sobre as sérias consequências que a doença pode acarretar. Ele esclarece que, embora o sarampo não deixe sequelas permanentes, a progressão da infecção pode levar a complicações graves. “Se a febre persistir por mais de três dias após o surgimento do exantema, é importante ficar atento, pois isso pode indicar o desenvolvimento de complicações. As complicações mais frequentes incluem infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e problemas neurológicos”, explica.
Sespa: municípios devem intensificar vacinação
- A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) emitiu um alerta epidemiológico a todos os 144 municípios paraenses para que reforcem, junto à população, a importância de manter atualizado o cartão de imunização contra o sarampo, uma doença transmissível que pode atingir crianças e adultos. A vacina tríplice viral protege ainda contra rubéola e caxumba.
- O alerta é uma recomendação também do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, devido à reintrodução do sarampo no Brasil após a confirmação de três casos este ano no país: dois no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. Outro motivo foi em função dos surtos de sarampo na Europa e América do Norte, sobretudo nos Estados Unidos e Argentina.