Trilha mapeia Belém a partir do olhar de Dalcídio Jurandir
Publicado em 19/09/2024
Em 10 de janeiro de 1909, na Vila de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, nasceu Dalcídio Ramos Pereira, que viria a se consagrar no campo literário como Dalcídio Jurandir. Foi admirado por autores como Milton Hatoum e Jorge Amado, que viram nele altos valores literários e a expressão singular dos povos amazônicos.
Na manhã de sábado (21), pesquisadores, estudantes e amantes da literatura vão percorrer as ruas do bairro de Nazaré e entorno, para conhecer Belém a partir do ponto de vista do escritor paraense. O roteiro faz parte da 18ª edição do Projeto Trilhas do Literário, uma parceria entre os programas de pós-graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da Universidade da Amazônia (Unama) e Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Sob o título “Caminhos de um Alfredo-Dalcídio no centro de Belém”, essa edição especial do Trilhas do Literário faz referência a um dos protagonistas dos romances dalcidianos e terá percurso dividido em seis estações, que consideram momentos marcantes descritos nos livros “Belém do Grão Pará” (romance) e “Poemas Impetuosos” (versos póstumos).
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O professor e poeta Paulo Nunes (PPGCLC/UNAMA) e a professora e jornalista Vania Torres (PPGCOM/UFPA), coordenadores do projeto, vão conduzir os participantes em caminhada ao longo das avenidas Brás de Aguiar, Generalíssimo Deodoro e Gentil Bittencourt, até as paradas na Basílica Santuário de Nazaré e no Museu da UFPA. É uma alternativa interdisciplinar para aproximar o publico da obra de um dos principais romancistas do Pará, a exemplo de uma “expedição sentimental” a partir do trajeto das personagens.
“Belém do Grão Pará” conta as aventuras e desventuras de Alfredo na capital, ainda menino, após chegar de Cachoeira, no Marajó, no início de 1920. O ponto de partida, no roteiro, portanto, é o histórico edifício da Escola Barão de Rio Branco, na confluência das avenidas Brás de Aguiar e Generalíssimo. No romance, o personagem faz exame de admissão para estudar na escola e “virar doutor”.
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Em seguida, o passeio seguira parte da rota dos antigos bondes, pelo local da “Casa dos Alcântaras”, na avenida Gentil Bittencourt com travessa 14 de Março, Basílica de Nazaré e Praça Santuário, chegando ao casarão do Museu da UFPA, o palacete Augusto Montenegro, referido como “a casa do Governador” em “Belém do Grão Pará.
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“O Trilhas do Literário mostra, como diz Massimo Canevacci, que as cidades são polifônicas. Dalcídio Jurandir é um de nossos autores que melhor representa as múltiplas vozes de Belém, nossas diversas identidades, nossos dramas e nossas formas poéticas de ser e estar no mundo. Vamos aprender tudo isto nesta 18a versão do Trilhas, uma parceria Unama e UFPA”, destaca o professor Paulo Nunes.
O Trilhas do Literário, destaca a professora Vânia Torres, tem como lema “Caminhar e aprender com a cidade”. O projeto, que inclui ações de ressignificação da leitura da cidade, a partir de autores paraenses, foi iniciado em 2005 e tem desenvolvido desde então pesquisas e atividades de divulgação científica e da produção literária da região amazônica.
A 18ª edição do projeto faz parte da programação do XI Confluências – Congresso Anual de Comunicação, Linguagens e Cultura da/na Amazônia, realizado em Belém pelo PPGCLC/UNAMA com o tema “Entre fronteiras e horizontes: diálogos e narrativas para o futuro amazônico”. A participação na trilha é gratuita, aberta aos inscritos no congresso e também ao público em geral. Basta ficar atento aos horários de concentração e saída da trilha no sábado.
A concentração será em frente à Escola Barão do Rio Branco (Av. Generalíssimo Deodoro, 1464 – Nazaré, Belém). O percurso será iniciado às 9 horas. O trajeto termina no Museu da UFPA (Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré, Belém), onde os participantes serão recebidos para roda de conversa.