Vendedores de água de coco e guaraná mantêm legado em Belém

Publicado em 12/03/2025

Há 30 anos, dona Marta Silva, 67, trabalha vendendo água de coco na Praça Batista Campos, em Belém. Ela conta que, no início, quando começou a frequentar o local, não havia uma padronização e cada vendedor podia comercializar o produto que quisesse. Inicialmente, dona Marta optou pela venda de mingau, até que, alguns anos depois, a Prefeitura decidiu regulamentar a atividade, permitindo apenas a venda de coco.

Assim, ela e muitos outros passaram a comercializar o produto, e o que começou como uma determinação das autoridades acabou dando certo. Desde então, dona Marta mantém seu ponto de trabalho no mesmo local. “Água de coco é melhor. É mais fácil de vender e quase não estraga. Comida estraga muito”, explica.

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Segundo Marta, um dos fatores que tornaram a praça um ponto reconhecido pela venda do produto é a qualidade do coco oferecido aos clientes. “O coco daqui é muito bom, né? É gostoso, docinho. Nosso coco vem de Santo Antônio do Tauá, é sempre fresco”, ressalta.

Cláudio Trindade, 38, trabalha em uma barraca ao lado de dona Marta. No caso dele, a tradição vem de família: seu avô iniciou o ponto em 2001. “Não escolhemos esse lugar, foi Deus que nos permitiu ter essa dignidade de trabalhar. Sempre foi só aqui”, afirma.

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Segundo Trindade, a popularização do ponto se deve à alta aceitação do produto. “É uma coisa que todo mundo gosta. Eu sou paciente oncológico. Quando faço tratamento de câncer, que é uma terapia, eu tenho o melhor remédio que é a água de coco. É o melhor antioxidante que tem”, conta.

Já na Praça Brasil, no bairro do Umarizal, a grande atração é o guaraná da Amazônia. Neusa Ramos, 41, conta que esta é a segunda vez que trabalha com o produto no mesmo local. Ela começou na profissão nos anos 1990, ficou por alguns anos e depois passou a atuar como cabeleireira. No entanto, há cinco anos, ao visitar a praça, sentiu saudade do trabalho e decidiu voltar.

Hoje, mantém uma parceria de divisão dos lucros de cada copo vendido com o dono da barraca. “A gente é mais do que uma assalariada aqui, tenho um bom retorno. Trabalho um dia sim, um dia não”, explica Neusa.

Segundo ela, apesar do valor mais elevado do guaraná na praça — cerca de R$ 25 —, a qualidade do produto se destaca em relação a outros pontos da cidade. “O diferencial é que o Guaraná é original, aqui você toma o guaraná com castanha de caju, você toma um guaraná tradicional sem frutas, né? A gente especificou, cada um no seu quadrado, e por aí afora você toma um Guaraná tradicional com aveia, não usam a castanha por conta do valor. Então aqui você vê que é o valor de R$ 20 ou R$ 25, então tem que ter todos os produtos que são do guaraná mesmo”, enfatiza.


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